Josué 9
Este texto narra o encontro dos heveus gibeonitas com os israelitas. O povo de Josué foi envolvido por uma ardilosa artimanha dos gibeonitas e, face a ingenuidade, fizeram aliança com aquele povo cananeu. Sobre Gibeão, a cidade destes que enganaram os israelitas, há uma referência em Js 10:2, descrevendo-a como uma das grandes cidades de Canaã.
Nos versos 4 e 5, a Bíblia narra que os gibeonitas usaram de astúcia: se fingiram de embaixadores, tomaram sacos velhos sobre seus jumentos, odres de vinho velhos, rotos e recosidos, trajaram roupas velhas e portaram pão seco e bolorento. Todos os cuidados visaram convencer os israelitas de que eram embaixadores de uma terra longínqua. A finalidade era garantir a sobrevivência do seu povo frente aos devastadores israelitas que, com a força do Senhor, eram imbatíveis.
1) Cuidemo-nos dos bajuladores!
Foi com louvores e bajulações que os gibeonitas conseguiram ludibriar a Josué e seu povo. No verso 9, temos: “teus servos vieram duma terra mui distante, por causa do Nome do Senhor teu Deus, porquanto ouvimos a sua fama, e tudo o que fez no Egito...”.
Bem que a Palavra de Deus nos alerta: “O homem é provado pelos louvores que recebe” (Pv 27:21).
A estratégia dos gibeonitas é fartamente utilizada pelo inimigo do povo de Deus. A soberba precede a ruína; o próprio Satanás experimentou isto!
O testemunho que o apóstolo Paulo nos deu em II Coríntios 12:9, podemos dizer, é uma vacina contra a ação dos bajuladores e da nociva soberba. O apóstolo se disse vacinado pelo “espinho na carne” para não incorrer no erro de sentir-se forte sem Deus.
2) O erro de não pedir conselho ao Senhor.
A Palavra de Deus relata que Josué fez um pacto de Paz com os mensageiros gibeonitas, pensando que eram embaixadores de uma terra distante (v. 15). Somente três dias depois, conta a Bíblia, “ouviram que eram vizinhos e que moravam no meio deles” (v. 16). Josué e todos os israelitas foram enganados e não havia como voltar atrás! Igualmente, hoje, há crentes caindo em ciladas e atraindo para is prejuízos que muitas vezes são irremediáveis.
O verso 14 resume o erro de Josué: “então os homens de Israel tomaram da provisão deles, e não pediram conselho ao Senhor”.
Longe de nós agirmos com tanta presunção! Lembre-se do alerta que o Senhor Jesus nos deu em Lucas 16:8: “...os filhos deste mundo são mais sagazes para com a sua geração do que os filhos da luz”.
3) Prevenir é sempre melhor do que remediar!
O adágio popular contém sabedoria: prevenir é sempre melhor do que remediar. Há situações para as quais não há remédio. Há prejuízos que não podem jamais ser cobertos. O relato de Josué 9 acrescente no verso 27 que os judeus continuaram pelas gerações que se sucederam convivendo com as conseqüências daquela aliança.
Você se lembra da história do rei Uzias, de Judá? O resumo de seu reinado está no capítulo 26 de 2 Crônicas. No verso 5, encontramos que “enquanto buscou ao Senhor, Deus o fez prosperar”. Este é o segredo para a prosperidade: buscar ao Senhor.
No verso 16, encontramos a informação de que Uzias não soube lidar com a prosperidade: “mas, quando ele se havia tornado poderoso, o seu coração se exaltou de modo que se corrompeu, e cometeu transgressões contra o Senhor, seu Deus.”.
O final da história de Uzias bem retrata o montante de prejuízos que a rebeldia contra Deus pode acarretar para a vida de um crente: “Assim, ficou leproso o rei Uzias até o dia da sua morte...”.
Louvado seja o nosso Deus que nos oferece alertas como este na Sua Palavra. Deixe que o Espírito Santo utilize esta mensagem para “vacinar” sua vida contra esta “síndrome”.
Paulo Rogério Petrizi